domingo, 20 de maio de 2012


Em que consiste a “Teoria dos dois mundos” defendida por Platão?



      A teoria dos dois mundos defendida por Platão era um mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das ideias.  
A primeira parte é o mundo dos sentidos, do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou imperfeito, já que para tanto fazemos uso de nossos cinco aproximados e imperfeitos sentidos. Neste mundo dos sentidos, tudo flui e, consequentemente, nada é perene. Nada é no mundo dos sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem. 
A outra parte é o mundo das ideias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razão. Este mundo das ideias não pode, portanto, ser conhecido através dos sentidos. Em compensação, as ideias ou formas são eternas e imutáveis.
Segundo ele é no mundo das ideias é que moram os seres totais e perfeitos: a justiça, a bondade, a coragem, a sabedoria, etc. Fora do mundo das ideias, tudo o que captamos através dos nossos sentidos possui apenas uma parte do ser ideal. O mundo sensível, portanto, é um mundo de seres incompletos e imperfeitos.
Portanto para Platão, o ser eterno e universal habita o mundo da luz racional, da essência e da realidade pura. E os seres individuais e mutáveis moram no mundo das sombras e sensações, das aparências e ilusões.

O que você entende por Filosofia da Educação?


A filosofia é o ato de refletir, e procurar soluções às situações e que surgem no dia-a-dia da vida escolar, através de análise e de crítica, tanto do problema quanto para com as possíveis soluções do mesmo. A Filosofia da Educação deve proceder com respeito pelo ser pensante, no exame do significado e dos fundamentos de conceitos, crenças, convicções e pressuposições básicas, mantidos por ele próprio ou por outros seres pensantes.  Atividades reflexivas, que se constituem, portanto, no objeto da filosofia.
 A filosofia analítica da educação, seguindo a caracterização apresentada no parágrafo anterior, não discorre sobre o fenômeno da educação, como tal, mas sim sobre o que tem sido dito acerca desse fenômeno (por exemplo, por sociólogos da educação, psicólogos da educação, ou por qualquer pessoa que reflita sobre a educação). Não resta a menor dúvida de que uma das primeiras e mais importantes tarefas da filosofia da educação, a partir da caracterização da tarefa da filosofia sugerida acima, é a análise e clarificação do conceito de "educação". Fala-se muito em educação. "Educação é direito de todos", "educação é investimento", "a educação é o caminho do desenvolvimento", etc. Mas o que realmente será essa educação, em que tanto se fala? Será que todos os que falam sobre a educação usam o termo no mesmo sentido, com idêntico significado? Dificilmente. É a educação transmissão de conhecimentos? É a educação preparação para a cidadania democrática responsável? É a educação o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo? É a educação adestramento para o exercício de uma profissão? As várias respostas, em sua maioria conflitante, dada a essas perguntas são indicativas da adoção de conceitos de educação diferentes, muitas vezes incompatíveis, por parte dos que se preocupam em responder a elas. Este fato, por si só, já aponta para a necessidade de uma reflexão sistemática e profunda sobre o que seja a educação, isto é, sobre o conceito de educação.

domingo, 13 de maio de 2012



A Teoria da "Maiêutica" defendida por Sócrates


A maiêutica de Sócrates conduz uma pessoa a descobrir o conhecimento sobre um determinado objeto de discussão.  Sócrates que supunha haver ideias inatas, sobre uma determinada coisa, a maiêutica consistia, mais precisamente, em fazer recordar, despertando os conhecimentos virtualmente possuídos. A maiêutica Socrática tem como significado de dar a luz, ou seja, parir ideias. Ela consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir: O que é isto? O que significa? Essa atitude de questionamento Sócrates tinha andando pelas ruas, fazendo perguntas simples para as pessoas, a respeito de um determinado assunto, com objetivo de conhecer a forma de pensar do homem, a respeito de valores e preconceitos da sociedade, e ter uma nova ideia, uma opinião sobre um determinado assunto. Daí auxiliá-los a mudar seu jeito de pensar sobre os valores que a sociedade impõe e com isso aprender a pensar por si mesmo. A maiêutica para Sócrates se baseia na ideia de que o conhecimento está oculto na mente do ser humano, e pode ser descoberto pelas perguntas e respostas. Ele não aceitava uma definição superficial, a cada resposta ia fazendo mais perguntas, indagando, até chegar à resposta mais precisa possível. Mas que nunca aceitava como uma posição definitiva. Para a Maiêutica o conhecimento está latente no homem, sendo apenas necessário criar condições para que ele passe da eficácia do ato, para crescer na capacidade de recordação e lembrança.
Tal técnica deve seu nome socrático a Sócrates, o filósofo grego do séc.v. a.c., que teria siso o primeiro a utilizá-la. O filósofo não deixou nenhuma obra escrita, mas seus diálogos foram transmitidos por seu discípulo Platão. Em seus textos Sócrates, utilizou um discurso caracterizado pela maiêutica, levando a induzir uma pessoa, por ela mesma, ou seja, por seu próprio raciocínio, ou conhecimento ou a solução de sua dúvida e pela ironia, levava o seu interlocutor a entra em contradição de suas ideias, depois tentava leva-lo a chegar a conclusão de que o seu conhecimento é limitado. Só sei que nada sei e a elevação da ética e da arte de viver, visto que no ensino a felicidade seria o fim a ser alcançado na vida do ser humano. A maiêutica proposta por Sócrates é considerado até nos dias atuais um dos homens mais sábios que já existiu na face da terra. Onde ele denominava maiêutica a engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a parir as ideias.
13/05/12 às 22hora e 26minutos

O Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade.

Ao Analisar a filosofia contemporânea, as dificuldades decorrentes da adoção do modelo epistemológico, baseado no pressuposto representacionista que leva a um estilo “pedagogizador”. Ao fazermos propostas para uma filosofia da educação consistente e produtiva, mostraremos os desafios que a superação desse modelo implica. Chama-se de “pedagogizador” porque ele se resume a instruir, reproduzir conhecimento, ater-se a regras normalizadoras. Seu suporte é a consideração de que há dois fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida de outro. A consequência para a educação, bem como em termos de propostas pedagógicas, é a restrição à aplicação de técnicas a um sujeito, o aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Em contraposição, propomos analisar um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chama este modelo de “modelo educacional”. Mas não considera que o diálogo, intersubjetividade, modelo comunicativo, etc. Será ainda preciso mostrar seus pressupostos teóricos, as implicações decorrentes, e principalmente, como ele pode ser aplicado, aliviando as dificuldades pelas quais passa a sociedade, sendo o papel da educação central para compreender essas dificuldades e propor mudanças. Este é um processo complexo, e, evidentemente, a própria educação, especialmente a educação formal, escolar, precisa ser revista com urgência.
O estilo “pedagogizador” limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. O papel da escola na sociedade é disciplinar segundo Foucault. Já Habermas propõe um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construtor de subjetividades emancipadas, criativas, autônomas. O modelo é chamado de “modelo educacional”. Educar é produzir sujeitos capazes de linguagem e de ação, calcadas em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade. No Brasil, os desafios são imensos, porém contornáveis mediante de políticas educacionais adequadas, cujo maior obstáculo é a escola “pedagogizadora”. Há certas transformações sociais que só ocorrerão por meio da educação construtora de sujeitos capazes e não apenas capacitados, autônomos e não apenas treinados, qualificados para a ação e não apenas para o exercício.

Fontes:
Disponível em <www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=653&dd99=pdf> acessado em 12/05/2012 as 21 horas e 35 min.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA MODERNA




a) O Racionalismo
A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra."! [8] Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. O renascimento trouxe uma ênfase renovada no desenvolvimento científico e na capacidade humana e a necessidade de uma nova definição do ser humano e seu lugar no mundo. Na modernidade a chamada Idade da Razão então, surgiu à necessidade de redefinir os paradigmas, Descartes na declaração, "penso logo existo", descrito pelo Prof. Wesley Dourado na palestra "Aspectos Gerais da Filosofia Moderna" [9] sobre as como um "ponto arquemédico [...] a verdade inicial da qual se poderá constituir outras verdades" iniciou esse processo. Ele declara que o homem, ser racional por natureza, tem a capacidade de alcançar o conhecimento e mais que isso, sua existência é definida pelo ato de pensar.
Por entender ser possível chegar ao pleno conhecimento através do processo de pensamento racional, Descartes, idealizou um processo de dúvida metódica pelo qual através da rejeição (eliminação) de pensamentos ou ideias em que resida a menor dúvida o homem seria capaz de alcançar o conhecimento. As obras do Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus processos.
b) O Empirismo
Quando Leonardo Da Vinci afirma que "A sabedoria é filha da experiência" (ABBAGNANO, §388) ele de fato resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo trabalho antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke[10], David Hume [11] e outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Marlene Chauí explica que Francis Bacon "propõe a instauração de um método, definido como modo seguro de 'aplicar a razão à experiência', isto é, de aplicar o pensamento lógico aos dados oferecidos pelo conhecimento sensível". (2006 p.126)
Marlene Chauí afirma que para os empiristas o contato com o mundo externo através de um conjunto de sensações (através dos sentidos) leva a um processo de dedução que possibilita o conhecimento, "O conhecimento é obtido por soma e associação das sensações na percepção e tal soma e associações dependem da frequência, da repetição e da sucessão dos estímulos externos e de nossos hábitos". (2006 p.133) Um fator marcante da modernidade é a separação entre a Filosofia e a Ciência empírica. A ciência moderna, dependente nas experiências desenvolvidas em situações controladas, é empírica por natureza, contrastando-se com o pensamento do Aristóteles que percebia a Metafísica como ciência primeira.
c) A perfectibilidade.
Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita" [12] A ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento.
Em sua epistemologia Immanuel Kant sintetizou as teorias de Descarte e os racionalistas continentais e Hume e os empiristas ingleses.
O processo de racionalização, característico da Modernidade, que começara com os renascentistas e com os cientistas, e passara por Descartes e pelos empiristas, podia agora, ser compreendido por Kant como um processo que representava o curso natural da evolução da sociedade. Finalmente o ser o humano estava apto para raciocinar sobre a própria razão. (UMESP 2009 p.11)
Leonardo da Vinci via nas formas perfeitas da matemática uma maneira de ilustrar a perfeição do corpo humano (o homem vitruviano) e assim tomou o curso da teoria da perfectibilidade. Kant, por sua vez, via na possibilidade do homem chegar à perfeição um processo natural de desenvolvimento rumo ao esclarecimento (Aufklãrung), um processo evolução pela qual o homem atinge sua maioridade, processo que depende não de condições externas, mas, na vontade do homem, só não tem condições de alcançar essa independência os preguiçosos que escolhem permanecer na minoridade sob a tutela intelectual de terceiros.
Embora enfatizando e dando destaque alto à razão e a perfectibilidade humana, Kant e outros filósofos modernos não fizeram nenhuma ruptura dramática dos valores religiosos da idade média. Essa ruptura veio com os Iluministas franceses como Voltaire e Diderot que produziram obras laicas e seculares e, por vezes extremamente críticas da ação de igreja e sua influência opressiva na sociedade e interferência no governo.
3. Características gerais do iluminismo.
Danilo Marcondes em sua Introdução à História da Filosofia oferece a seguinte síntese do Iluminismo [13], ou Século das Luzes um movimento do pensamento europeu (mais forte na França) concentrado principalmente nos últimas cinco décadas do século XVIII - "O Iluminismo valorizou o conhecimento como instrumento de libertação e progresso da humanidade, levando o homem à sua autonomia e a sociedade à democracia, ou seja, ao fim da opressão." (2007. p.210). Tomando de base suas palavras, o iluminismo como movimento dentro da modernidade, mantendo a ênfase na racionalidade, tem características próprias tais como:
a) Liberdade e o fim da opressão.
"a liberdade é condição para que a sociedade siga seu curso natural rumo ao Esclarecimento" (UMESP, 2009 p.11). A liberdade no pensamento iluminista é a liberdade da qual Kant escreveu em sua resposta a pergunta O que é o Esclarecimento?
Esse esclarecimento não exige, todavia nada mais que a liberdade; e mesmo a mais inofensiva de todas as liberdades, isto é, a de fazer um uso público de sua razão em todos os domínios [...] Em toda parte só se vê limitação da liberdade [...] o uso público da nossa razão deve a todo momento ser livre, e somente ele pode difundir o Esclarecimento entre os homens (KANT - p.3).
O pensamento iluminista influenciou os grupos responsáveis por movimentos de libertação no século XVIII, seu efeito foi sentido de maneira muito particular na França e foi um dos fatores catalisadores da Revolução Francesa. A burguesia, educado e gerador de riqueza se via presa sobre o jugo da aristocracia, da monarquia absolutista e da igreja dominantes desde a Idade Média, obrigada a pagar impostos para manter o luxo de poucos ansiava por uma sociedade livre. Achou aliados prontos lutar entre as massas paupérrimas de Paris se levantou em revolta contra a opressão pelo direito de ter liberdade de escolha sobre o curso da própria vida e uma voz no governo do país que ajudou a enriquecer. Voltaire [14] que criticou o absolutismo da monarquia, o poder da igreja e sua interferência no sistema político e influenciou muito o movimento da revolução acreditava que sem liberdade de pensamentos não existe liberdade.